Retrospectiva 2018: quais foram as inovações em saúde?

Conteúdo validado por Luciana Soldá, Head da Proxismed

O ano de 2018 foi um ano com muitas mudanças e novidades. Eleições, Copa do Mundo, casamento real, greve dos caminhoneiros, reaproximação das Coreias e instabilidade econômica foram algumas das notícias que marcaram o período. Mas como ficou a área da saúde?

As fake news dominaram a internet – inclusive o Ministério da Saúde lançou esse ano um serviço de combate às notícias falsas sobre saúde. Mas também tivemos muitos avanços e descobertas tanto em tecnologia quanto em novos tratamentos. Essas inovações em saúde estão aprimorando o atendimento e os cuidados com o corpo.

Selecionamos alguns dos principais avanços médicos do ano de 2018.

Confira nossa retrospectiva:

1. Imunoterapia

A imunoterapia é um tratamento contra o câncer que tem evoluído muito nos últimos anos. Essa técnica usa o sistema imunológico do próprio corpo para combater o câncer e, em 2018, houve vários trabalhos novos sobre opções de imunoterapêuticos e biomarcadores.

Em suma, a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco na sigla em inglês) nomeou as terapias à base de CAR T Cells, que é uma abordagem na imunoterapia, como o maior avanço do último ano. Em português ela é traduzida como Linfócitos T com Receptores Quiméricos de Antígenos.

Além disso, o Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina de 2018 foi concedido ao americano James Allison e ao japonês Tasuku Honjo, dois pioneiros da imunoterapia.

2. Primeiro bebê nascido de útero transplantado de doadora morta

No Brasil, nasceu o primeiro bebê de transplante de útero de doadora morta. Os pesquisadores brasileiros do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) divulgaram o estudo deste procedimento inédito em dezembro.

Outros países já haviam tentado realizar o procedimento, mas nenhum tinha conseguido gerar uma criança saudável. Para as mulheres que sofrem de esterilidade de origem uterina, o recurso de doadoras falecidas poderá ampliar o acesso a este tratamento.

3. Registros eletrônicos de saúde

Os registros eletrônicos de saúde são usados cada vez mais pelos médicos, principalmente nos Estados Unidos. Um relatório publicado em junho de 2018 indica que, em 2025, o mercado global de registros eletrônicos de saúde valerá mais de US$ 38 bilhões.

Eles são um sistema completo para registro de todas as etapas de atendimento de pacientes, que permite a criação e o arquivo do histórico clínico de forma digitalizada. Podem incluir informações médicas, hábitos, condutas, medicamentos, entre outras características sobre os pacientes.

Dessa forma, é possível padronizar os dados e torná-los acessíveis em único lugar. Além disso, esses registros também unificam as informações administrativas do consultório. Assim, é possível evitar desencontros de informações e aumentar a produtividade. Isso faz com que os registros eletrônicos otimizem o gerenciamento do consultório e o aperfeiçoamento do acompanhamento médico.

4. Mais aplicações de realidade virtual na medicina

A realidade virtual está avançando e sendo usada em vários setores, inclusive na saúde. Muitas aplicações são possíveis e já estão sendo realizadas por muitos profissionais e empresas especializadas no cuidado com o paciente.

A Ogilvy Brasil, por exemplo, desenvolveu um dispositivo VR Vacina de realidade virtual em uma ação do laboratório Hermes Pardini. Esse dispositivo permite que a criança vivencie um mundo onde ela é uma super-heroína que precisa completar uma missão enquanto a enfermeira aplica a vacina. Isso diminui o medo do pequeno.

5. Inteligência artificial

No fim de 2017, muitos especialistas já previam que a inteligência artificial (IA) seria tendência na área da saúde em 2018, e isso aconteceu. Várias novidades de IA na medicina surgiram neste ano. Um exemplo é uma máquina capaz de detectar o câncer de pele com mais precisão do que especialistas.

Um estudo publicado no Annals of Oncology mostrou que uma IA foi capaz de diagnosticar o câncer com mais precisão do que 58 especialistas em pele. Os médicos obtiveram 87% do diagnóstico enquanto a máquina alcançou a taxa de 95%.

6. Relação humanizada x tecnologia

Ao mesmo tempo que a tecnologia avançou e complementa o trabalho dos profissionais de saúde, muito se falou sobre a importância do atendimento humanizado. A telemedicina entrou em debate e ainda é tema polêmico no Brasil.

Mas, de acordo com especialistas, a tecnologia veio para ajudar e o médico deve usá-la como aliada no atendimento com empatia. E isso vai além da simpatia do profissional, pois inclui eficácia nos procedimentos e promoção de bem-estar e segurança. Logo, o acompanhamento da jornada do paciente exige diferentes abordagens.

De acordo com um artigo do jornal Folha de S. Paulo, “o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames e as máquinas, tende a recuperar cada vez mais sua importância”. 

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